Portugal, tal como o resto da Europa, viveu uma primavera e verão extremamente quentes e secos. Temperaturas altíssimas (muitos dias acima dos 40ºC) e falta de chuva a partir de junho fizeram sentir sinais iniciais de stress hídrico nas videiras, principalmente nas viradas a sul e mais próximas do rio. Como as nossas videiras estão adaptadas a condições extremas, as expetativas eram altas. Felizmente as uvas amadureceram bem, embora um pouco mais cedo do que o esperado. A vindima de 2017 foi das que se iniciaram mais cedo de sempre, com as uvas brancas da Quinta de Bandeiras a serem colhidas a partir de 17 de agosto. As uvas tintas foram cortadas logo de seguida. Após um período prolongado de calor seguiu-se uma queda de temperatura, o que deu a oportunidade ao engº Jorge Moreira de interromper a vindima por um dias, de modo a permitir às uvas desenvolverem aromas e complexidade. Em suma, 2017 foi um ano excecional simultaneamente para vinhos e portos, com todos eles a demonstrarem ótimas combinações de fruta, estrutura e taninos.